02 maio 2009

É preciso encontrar uma solução...

Ilustração de Jorge Colombo
Numa escola básica do país, três crianças de sete anos, no final de uma aula de música, tiraram a camisa, ficaram em tronco nu e rodearam uma colega da mesma idade, correndo à volta dela. Quando uma semana mais tarde os pais dos três "perigosos meliantes" foram convocados à escola, estavam longe de imaginar que seriam recebidos por três professores, uma directora, um vereador de educação e dois polícias fardados. Uma das mães desmaiou com a comoção, os polícias não sabiam bem o que estavam ali a fazer, alguém alvitrava que "aos sete tiram a camisa, aos doze são violadores", a mãe que desmaiara e entretanto viera a si voltou a desmaiar, foram chamados os bombeiros, a directora assegurava que "é preciso encontrar uma solução" e os pais, aparvalhados, não sabiam se haviam de rir ou de chorar nesta situação absolutamente surreal. A mãe da criança "ofendida" tentava pôr água na fervura, "também não sei porque estão a fazer um caso tâo grande de uma coisa sem importância nenhuma", a directora reiterava que "é preciso encontrar uma solução", os polícias desculpavam-se e diziam que não era preciso fazer relatório, até porque isso implicava processo, ministério público, enfim, o cabo dos trabalhos, a directora sempre na dela "é preciso encontrar uma solução"...
Ora, eu não sei que solução encontraram na escola básica do Juncal, ali ao pé de Porto de Mós. Sugiro, no entanto, que basta convocar o mais básico bom senso para perceber que ou a senhora directora, ou o senhor vereador, ou os senhores professores, alguém está a precisar de férias...
PS - Para saber mais pormenores desta história burlesca, é só ir a http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/04/portugal2009-ditadura-dos-pobres-de.html

5 comentários:

Paulo Lontro disse...

Não sei se rir se chorar, isto é tão ridículo, e anda esta gente a ”educar “....

Jorge Pinheiro disse...

Tb.recebi este endereço para comentar. Será piada? Quanto ao conteùdo, eu, pelo sim pelo não, já não tiro fotos a putos, nem que os pais me peçam, e trata-os sempre por senhor, com toda a deferência. Safa!

astracan disse...

Numa escola do concelho de Oeiras, em plena luz do dia, assisti a uma "educadora" dizer a duas miúdas de 6/7 anos, que vinham a andar todas contentes no recreio, de mão dada: Mas vocês são namoradas, ou quê? Vamos lá a largar as mãozinhas... Juro, juro, juro, que não intervim porque iria ser muito, muito complicado. Inspirei e expirei várias vezes consecutivas, dei umas voltas ao bilhar grande, revi mentalmente as consequências que teria tido a minha intervenção junto da dita "educadora" e, a custo, desculpei-me por ter ficado calado. As miúdas... espero que tenham voltado a dar a mão quando fora da "super"visão da "educadora".

astracan disse...

Uma proposta de duas professoras de Educação Visual, para pintar a "Flauta de Pan", de Picasso, numa parede exterior de uma escola do nosso país, 35 anos após o 25 de Abril, foi "chumbada" pelo facto de os dois rapazes que tocam, nesse quadro, estarem em tronco nú... Sim, sim, fechem a boca, belisquem-se, estão acordados.

Al Kantara disse...

Astracan, elas aos seis andam de mão dada, aos quinze andam a ler as poesias de Safo, aos trinta vestem fato, gravata e fumam charuto. E, é claro, rapazinhos de tronco nu a tocarem flauta de pan só pode dar mau resultado. Ainda bem que temos quem vele pela moral e os bons costumes...