06 novembro 2008

700 mil por ano...

A ser verdade o que os jornais publicam, Miguel Cadilhe foi para o BPN ganhar um salário de 700 mil euros por ano, recebendo à cabeça um PPR de 10 milhões como compensação pela "transferência" como reformado do BCP. Os restantes 6 administradores têm salários mais "modestos" de 500 mil euros por ano. Para uma instituição com um buraco (conhecido) de 700 milhões não está nada mal. Imaginem se desse lucro...

18 comentários:

Jorge Pinheiro disse...

E que acontecerá com a nacionalização? Pagam-lhe indemnização? É um "pormenor" a descobrir...

Tiago Moreira Ramalho disse...

Ó Al, eu sei que o pessoal gosta muito de falar do ordenado dos outros, mas quando o Miguel Cadilhe foi para o BPN, o banco era privado, logo o ordenado dele é problema dele e da gestão. E expressodalinha, eu não sei o que vai acontecer com a nacionalização, mas acho que se deveria indemnizar, ou os direitos dos trabalhadores são só para os do ordenado mínimo?

Al Kantara disse...

Ó Tiago, então se o ordenado do Cadilhe é uma questão privada, os accionistas que o contrataram que lhe paguem o ordenado, a indemnização, a pensão, o PPR e mais o que queiram dispender do seu bolso. Já agora, quanto à indemnização e aos direitos dos trabalhadores, deixa-me dizer-te que eu e milhões de portugueses que suam arduamente cada euro que ganham não vêem com bons olhos que se paguem mordomias milionárias a quem quer que seja. Principalmente num país em que muitos estão preocupados com o aumento do ordenado mínimo para os 450,00 euros mensais...

Anónimo disse...

Assim se vê, Camarada Alcantarilha, a força do PC.

Este rapaz está doido, preocupado com os direitos do Cadilhe? Então, o homem é um trabalhador?Ai, "balha-me" Deus.

Como é que isto avança, com tanta rapaziada de dois apelidos?
É para não ofender os avós? Ou é para ser parvo?

Perante criminosos de colarinho branco, o moço defende uma mesada?

Não posso com isto, dá-me logo vontade de infectá-lo e obrigá-lo a comprar outro computador. Eu sei, que tenho que resistir e contrariar estas minhas vontades...

Tânia

PS1 - A propriedade é um roubo.

PS2- Já resolvi o problema dos acentos.

Anónimo disse...

Ah, é verdade, já leu as Teses? Devia dar atenção e sugerir alterações ao documento, até ao dia 20 de Novembro. Depois segue para o actual Comité Central e passadas duas semanas, lá estaremos no Campo Pequeno, para eleger o novo CC e aprovar o programa das festas dos próximos quatro anos.


http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=32560&Itemid=610

Tânia

astracan disse...

Ó malta! Eu acho que o texto do tiago é irónico... só pode.

Tiago Moreira Ramalho disse...

Não, o texto do Tiago não é irónico. O Tiago que usa dois apelidos apenas porque não vê fundamento para utilizar apenas o do pai acha apenas que se há direitos esses direitos devem de ser para todos, sejam ricos sejam pobres.
Quando o Miguel Cadilhe foi para o BPN há uns meses para tentar safar a coisa fez um contrato de trabalho que previa tudo aquilo. Com o despedimento à pala de uma nacionalização ele não pode ficar de mãos a abanar! Muito francamente acho que o estado não devia ter nacionalizado, mas se nacionaliza deve cumprir todas as obrigações, para com TODOS, desde o caixa que ganha 1000€ por mês, passando por garantir os depósitos até chegar ao administrador dispensado.
Eu lembro que a culpa de os contribuintes estarem a pagar as favas não é do BPN nem dos seus administadores: eles tinham uma empresa e fizeram com ela o que bem entenderam. A culpa de os contribuintes estarem a pagar é do governo que a bem de uma ideia absurda de um Estado Providência levada ao extremo cobre até as aventuras dos outros, sim, porque depositar o dinheiro no bando não tem risco nulo...

O texto do anónimo que afinal é Tânia, que goza comigo por assinar com dois apelidos, é que me dá alguma repulsa, simplesmente porque ridiculariza o facto de eu defender os direitos de alguém! Por acaso esse alguém tem mais uns milhares na conta e isso é motivo suficiente para que os seus direitos não sejam respeitados. E viva a democracia!

E já agora ó Tânia vá chamar parvo a quem lhe fez as orelhas e veja se respeita um bocadinho mais as pessoas, apesar da capa virtual que nos divide.

Anónimo disse...

Bem, que querido.

Olhe, se reparar, verifica que o apelido é sempre do avô, materno ou paterno... mas isso levar-nos-ia à origem e princípio das coisas. No início Deus criou o céu e a terra, até que, aborrecido, lembrou-se de Adão, etc, etc... Até chegarmos a si e ao amigo Cadilhe, que fez um contrato para safar o BPN, foi uma dura caminhada.

Relativamente, à sua defesa intransigente dos criminosos e poderosos, acho que é o prenúncio de uma boa carreira de lambe-botas. O capital precisa. Olhe, ainda é convidado para comentador político.

Em relação ao anonimato, eu não percebo nada de computadores, sei lá, criar uma identidade blogger... e depois tenho medo dos seus dois apelidos. Imagine, farta-se de um e atira-me à cara.

Beijocas,
Tânia

PS - As minhas orelhas são lindas e bem feitinhas, obra de artistas inspirados, é natural, que não goste. Gosta mesmo é do Cadilhe, né?

Tiago Moreira Ramalho disse...

Olhe "Tânia", vou dar-lhe a resposta que merece:

...

Tiago Moreira Ramalho disse...

Ó Al acabei por não te responder como deve ser à pala dos outros. Tu até podes ter uma certa razão, mas a verdade é que se o estado comprou as acções aos accionistas, também comprou as responsabilidades que eles tinham, para o melhor e para o pior (neste caso não há propriamente "melhor"). Quanto à história do ordenado mínimo, tinhas razão, o ordenado mínimo era 403€ há dois anos sim senhor e do ano passado para este ano só houve aumento de vinte e tal euros e não os cinquenta que eu tinha dito.

Por acaso acho que tudo isto da nacionalização foi muito pouco transparente: não houve debate, não se quis saber o que a população pensava sobre o assunto, o que é grave. Mas já que está feito, que se faça como deve ser, sem alienar ninguém dos seus direitos (e isto inclui todos, apenas defendi especialmente o Cadilhe porque atacaste especialmente o Cadilhe).

abraço,

TMR

Al Kantara disse...

Tiago, para se nacionalizar um banco que está à beira de falir porque de repente faltam 700 milhões, não é preciso grande debate. É preciso achar que 700 milhões é barato para evitar a corrida aos depósitos nesse e noutros bancos (Principalmente quando o Estado já lá tem 400 milhões). O Cadilhe não concorda. Queria que o Estado lá metesse mais 600 milhões agora e deixasse o resto com ele. Obrigado mas não, obrigado. Quanto aos "direitos" do Cadilhe, é precisamente na noção de "direitos" que divergimos. Lá porque existe um papel assinado a dizer que o rapaz tem direito à Lua não quer dizer que nós lha paguemos ou que esse direito seja legítimo.

Tiago Moreira Ramalho disse...

Eu acho que o estado não devia intervir de maneira nenhuma, nem com a nacionalização nem com os 600 milhões. Quanto ao direito, é simples. Como tu achas que ele não tem direito àquilo ele deixa de ter. E se agora o estado achasse que os empregados do banco, lá porque tinham um papel assinado, não tinham direitos e eram despedidos sem qualquer indemnização, acharias justo? É que está a colocar-se a tónica no sítio errado: isto é uma questão de princípio e não de valores...

Anónimo disse...

Olhe, “tiagucho”, mais vale umas reticências, do que obrigar-me a ler tantos disparates.

Enfim, a sua argumentação não tem ponta, por onde se pegue, só se consegue identificar medo pelas nacionalizações (que deve estar relacionado com o papão do comunismo) e como pano de fundo, uma concepção de Estado, que nem os mais neoliberais se atrevem a admitir.

Nem à margarida astral lembra defender o sujeito, já o alcantarilha, como bom moço, que é, tem paciência para trocar umas ideias consigo, com moderação e urbanidade. Eu acho ridículo, é só. Não estou a defender o seu fuzilamento ou internamento, acho só, que temos que dizer as coisas como elas são. E viva a Democracia!

O seu fundamento para usar os dois nomes é, exactamente, o mesmo que evoca para defender os interesses do Cadilhe, acha que se o fizer, fica-lhe bem. Vai ver, ainda o chamam para comentador… Mas há por aí tantos, calhando, ainda vai cavar batatas. Mais vale, porque é trabalho honrado e é um contributo para a nossa soberania agro-alimentar.

Garanto-lhe, se me apanhasse num café e por acaso surgisse o tema em questão, dizia-lhe exactamente o mesmo, com a diferença, de você poder exaltar-se (fisicamente) e eu ter que fugir do seu mau feitio.

Al Kantara disse...

Tiago, precisamente isto é uma questão de princípios E DE VALORES. E o princípio é que ninguém deve levar 1597 anos de ordenado mínimo como indemnização, pelo menos, pago pelo erário publico. Quanto à bondade da nacionalização, a alternativa era deixar o banco falir e o estado garantir os depósitos até cem mil euros (e dizer adeus aos seus próprios depósitos...), mandar não sei quantos trabalhadores para o desemprego e rezar para que o efeito dominó se não fizesse sentir.

Tiago Moreira Ramalho disse...

A discussão é muito mais profunda que isso Al. Então diz-me, qual é o limite? Sabemos que o Cadilhe não deveria receber 1597 anos de ordenado mínimo, quando tinha assinado com a empresa esse contrato, meses antes de o estado a nacionalizar. Então os outros empregados que tivessem de ser saneados, que ganhassem 3000€ ou 4000€ mensais (um director de área ganha isto facilmente) também deveriam ver isso alterado? Se eles fossem despedidos por um qualquer motivo também não deveriam ser indemnizados? Não são 1597 anos, mas seriam seguramente uma bela de uma meia duzia deles em ordenados minimos. Eu percebo a quase revolta (não é bem "quase"...) por ver um gajo receber do estado, ou seja, do dinheiro de todos, tanto dinheiro. Mas não o fazer seria injusto para com ele e isso é ponto assente. Seria injusto para ele bem como para qualquer outra pessoa com qualquer outro ordenado numa qualquer outra empresa - a justiça das coisas não está ligada ao tamanho das coisas... Isto é pelo menos a minha acepção de como as coisas devem funcionar: se se admite dar uma indemnização a um indivíduo que não conseguiu manter uma empresa têxtil, também se deve admitir dar uma indemnização a um indivíduo que não conseguiu manter um banco (quando este é nacionalizado, claro que se não fosse nacionalizado, o indivíduo não ganharia nada e seria muito bem feito!).
Por muito estranho que te possa parecer, os meus ideais de sociedade, no limite, não são muito diferentes dos teus... eu vou é dar a volta maior, a da justiça e da liberdade ;)

Tiago Moreira Ramalho disse...

Olhe Tânia, a sua ideia de que eu estou a defender o Cadilhe para ser comentador do que quer que seja é que não tem ponta por onde se pegue: se se der ao trabalho de ir ao blogue que assino, vai ver que não me pronunciei sobre o assunto, aliás, o único sítio onde me pronunciei sobre a questão foi aqui no Ponta e Mola, onde gosto de vir chatear o Al Kantara com ideias opostas às dele, defendidas com a mesma teimosia com que ele defende as dele, mais nada.

Para além disso, minha cara, deixe-me dizer que nenhum jornal ou televisão convidaria um puto de 16 anos para comentar o que quer que fosse, pelo mesmo motivo que a senhora envocará caso responda ao meu comentário: porque pelos vistos, os putos de 16 anos estão sempre errados quando pensam diferente dos velhos de 66 anos, porque pelos vistos "não sabem nada da vida". Eu asseguro-lhe que não há pessoa que mais adore um bom debate do que eu (porque é que acha que eu viria aqui para o Ponta defender o que penso? É de loucos vir para aqui "lutar" contra o Al e os seus camaradas do costume!), mas também lhe asseguro que não há pessoa que mais odeie a ofensa no debate e isso foi o que a Tânia fez desde o primeiro comentário. Costumo defender sempre como postura a de atacar as ideias e não as pessoas, até porque dá muito mais resultado ;)

astracan disse...

Os valores em causa são pornográficos, como é pornográfica a realidade política deste país. Instalou-se o deboche e o regabofe. Desde o Alberto das ilhas, passando pelo Coelho dos estivadores, o Mário das obras, o Santana das argoladas, a louca furiosa da Educação, o intruja do "Magalhães"(100% português), etc., etc., etc., não há buraco que se cave de onde não sáia minhoca. Minhocas do tamanho de jibóias. É o caos...

astracan disse...
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