Quando ouvi o sr. Blatter a indignar-se contra a escravatura dos tempos modernos, pensei que estaria a referir-se a crianças africanas ou asiáticas vendidas e obrigadas a trabalhar 16 horas por dia a troco de fome e pancada, ou eventualmente àquelas que caem em redes de tráfico internacional de mulheres e são obrigadas a prostituír-se sob ameaças de morte, ou mesmo a uma ou outra situação de criada filipina feita refém em casa de algum banqueiro bem-intencionado. Afinal, o preclaro e humanista Blatter estava a falar de futebolistas. Assim, o escravo dos tempos modernos pode ganhar meio milhão por mês, habita em mansões principescas, guia os carros mais velozes e luxuosos do mundo e, em querendo, organiza para si e seus amigos, orgias com as prostitutas VIP mais exclusivas do ocidente. Enfim, nem sei se não desate a chorar por o escravo dos tempos modernos não ter a prerrogativa de rasgar contratos laborais sempre que lhe dê jeito ou lhe apeteça mudar de ares...
11 julho 2008
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