Do Colégio Militar só sei que as propinas e despesas com material - entre o qual se encontram as sacrossantas fardas - são suficientemente altas para só a classe média-alta poder lá colocar os filhos a estudar. Sei também que, apesar disso, é uma escola pública e, portanto, subsidiada com o dinheiro de todos os contribuintes. É, portanto, um caso engraçado em que todos subsidiamos exclusivamente os filhos dos que estão bem na vida.
Não faço ideia se há muita violência, se batem nos mais pequeninos ou não, mas tenho a certeza que a disciplina imposta é castrense. Há quem goste. Eu, por mim, dispenso. Só me faz confusão que quando o Ministério Público acusa ex-alunos de crimes, haja quem diga que estas situações não deveriam ultrapassar os muros do Colégio. Como se o Colégio pairasse acima do comum dos mortais (que o paga e bem, mesmo que não tenha dinheiro para lá pôr os filhos...) e tudo o que se passa entre muros devesse ser tratado por tenentes coronéis que dão 5 dias de suspensão a actos criminosos que como tal devem ser tratados e punidos.
E para quem estranha que algumas das vítimas lá continuem a estudar, deixem-me opinar que quem deve saír são os agressores. Ou esta lógica não fará sentido para quem gosta de usar farda ?...
2 comentários:
Frequentei o colégio militar de 69 a 70. A violência sobre os mais novos era uma "cultura" aceite, coisa sabida no CM "desde sempre".
Os "graduados", alunos finalistas, gozavam de uma total liberdade e impunidade no que diz respeito a praxes, tradições e castigos. Tudo dependia da sua consciência, apenas. E ninguém se "chibava" que era mal visto e mais castigado ainda. Aliás, nem nos passava pela cabeça uma coisa dessas. Se alguém fazia algo e não se acusava, comiam todos(há um filme com o Jack Nicholson -Code Red- que retrata este tipo de cultura).
O que é novo foi isso ter passado "cá para fora" de resto, nada de novo. Aliás, palpita-me que as coisas até devem estar mais "suaves" hoje em dia porque "no meu tempo" era o que se quizesse. Saí do colégio antes de ser "graduado" e por isso só apanhei, não cheguei a poder dar. Se lá tivesse ficado até ao final, provavelmente, teria sido como os outros. Ainda bem que saí mais cedo...
Conheço muitos que ficaram pirados para toda a vida. A música dos Pink é bem metida.
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