Numa extensa entrevista ao CM, o Sr. Nunes, presidente da ASAE, diz coisas curiosas. Por exemplo, perguntado sobre o receio/pânico/terror que a ASAE infunde sobre os operadores económicos, o senhor diz que «É normal... Quando abrimos uma carta do correio, mesmo tendo a nossa consciência tranquila, e ela vem das Finanças é normal dizermos "o que é que eu fiz desta vez?"». Isto é, o Sr. Nunes tem do Estado e das suas instituições um ideal persecutório que os cidadãos se devem habituar a temer, mesmo com a "consciência tranquila". Quase engraçada é a ligeireza com que o senhor anuncia que metade da restauração ou se moderniza ou fecha. (Não por motivos de mercado, entenda-se, mas por razões administrativas, presume-se...) Seria no mínimo engraçado passarmos a ter, não 500.000 mas 750.000 desempregados para que o Sr. Nunes continue a aparecer nos telejornais a mostrar que é um excelente super-inspector, só ultrapassado pelos saudosos caçadores de isqueiros sem licença dos anos sessenta.
Ora, não quero que pensem os meus 3 unicos leitores que eu sou contra as inspecções. Não. O que sou é absolutamente contra as cruzadas fundamentalistas e desproporcionadas, sob a capa do cumprimento da lei, quando essas cruzadas tontas não contribuem para aquilo que se designa o "bem público" pois delas estão ausentes valores tão fundamentais como o bom senso. Além disso, confesso que não gosto de pessoas ainda mais vaidosas e sedentas de protagonismo que o José Saramago. Principalmente se não forem prémios Nobel...
1 comentário:
Falta de senso e muita arrogância que, aliás, deve ter cobertura política.
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