
E até p'ró ano...
neste país tudo é fado doa a quem doer até o pessoa dá para gemer - Mendes de Carvalho in "Poemas de Ponta e Mola"

Mensagem patrocinada pela (ainda) Administração do Millenium BCP a quem desejo umas Festas Felizes e um Ano Novo cheio de Prosperidades, com a recomendação expressa de evitarem viagens aos Estados Unidos porque a SEC (Security Exchange Commission) pode querer saber pormenores dessa história da alegada manipulação de mercado e costuma levar estas coisas muito a peito (às vezes 25 anos em Sing Sing ...). Não posso aqui esquecer o actual Presidente da CMVM e o Governador do Banco de Portugal que permitiram o regabofe destes ultimos anos nesta (e noutras ?...) instituição bancária e a quem auguro um futuro próximo de novos e risonhos desafios profissionais por ser por demais evidente que não será possível manter tais manifestações de incapacidade à frente dos organismos que deveriam regular o sistema financeiro. (Já agora, parece que quando as alegadas irregularidades começaram, o Presidente da CMVM era o actual ministro Teixeira dos Santos!...) Socooooorro, acordei num país sul-americano !!!!
Nasceu hoje com pompa, circunstância, eléctricos, museu dos Coches e pastéis de Belém, o Tratado de Lisboa. Ao que parece, deveríamos todos sentirmo-nos inundados por uma sensação de felicidade pela consecussão de um objectivo europeu. Talvez seja o mau feitio que me impede essa exaltação beatífica do espírito de Lisboa (uma grande invenção do Sócrates, essa do "espírito de Lisboa") mas a verdade é que não faço ideia da substância do documento hoje assinado. É verdade que não tenho feito um grande esforço para me informar mas penso que esse é o estado de espírito da maioria dos portugueses. De uma coisa estou certo : os 500.000 desempregados, os dois milhões de pobres e os milhões da classe média que estão rapidamente a proletarizar não vão ser chamados a ratificar o documento. Tal será feito pelos 230 deputados que sabem muito bem o que é melhor para nós...
Após a 6ª execução mafiosa na cidade do Porto em menos de 6 meses, o director da PJ afirma que a violência da noite vai abrandar. Aliás, a estratégia é clara : se os deixarmos matarem-se uns aos outros, vamos ter menos bandidos à solta, o que é um claro serviço que os gangs estão a prestar à sociedade.
Ao que parece, este senhor tem razões para sorrir. O advogado João Pedroso foi contratado em 2006 para fazer um trabalho de levantamento e compilação de legislação para o Ministério da Educação, mediante um pagamento de 1.500 euros mensais. Ao fim do tempo estipulado ( 1 ano), não entregou o trabalho e foi alegado um erro de estimativa em relação à verdadeira dimensão da tarefa. Assim, o Ministério renovou-lhe o contrato por mais um ano no valor global de 220.000 euros (20.000 euritos por mês de trabalho...), acrescido do IVA. Deste caso exemplar, ficamos a saber várias coisas : 1) afinal, há poucos funcionários públicos pois nesse universo de centenas de milhar não se encontrou uma equipa de juristas capaz de realizar a tarefa que o Pedroso vai levar a cabo com sacrifício pessoal e profissional. 2) afinal, existe alguma margem de manobra, se não para descer os impostos, pelo menos para enriquecer os amigos. 3) afinal, a falta de vergonha já é tanta que nem ficamos espantados...

O coronel, personagem digno de Hergé, veio aliviar esse défice de tontos e dar-nos o prazer da sua pessoa e da presença da sua guarda amazónica, composta por centenas de gentis meninas cujo furor uterino é orientado para a adoração do leader. Acamparam aqui ao lado e eu nem saio à rua com medo de maus encontros.
Numa extensa entrevista ao CM, o Sr. Nunes, presidente da ASAE, diz coisas curiosas. Por exemplo, perguntado sobre o receio/pânico/terror que a ASAE infunde sobre os operadores económicos, o senhor diz que «É normal... Quando abrimos uma carta do correio, mesmo tendo a nossa consciência tranquila, e ela vem das Finanças é normal dizermos "o que é que eu fiz desta vez?"». Isto é, o Sr. Nunes tem do Estado e das suas instituições um ideal persecutório que os cidadãos se devem habituar a temer, mesmo com a "consciência tranquila". 
O semanário Sol noticia hoje que "O Ministério Público considera que existem «fortes suspeitas» e «elevada plausibilidade» de que os donativos de um milhão de euros, depositados pelo CDS numa conta bancária, em Dezembro de 2004, tiveram origem no concurso dos submarinos, decidido por Paulo Portas quando era ministro da Defesa".