28 junho 2009

Tenho, em relação à Pop que se desenvolveu a partir de 1980, uma atitude de absoluto desprezo intelectual. Portanto, em relação aos produtos desenvolvidos por Michael Jackson, Madonna, Britney Spears e quejandos estamos conversados. Que este seja, precisamente, o tipo de música que mais vendeu na história da indústria não me incomoda nada e espelha bem a eficácia do marketing face à impreparação e à ignorância do mercado consumidor. A esta hora, já estarão alguns a pensar que sou um arrogante pomposo armado em bom e me estou a contorcer de inveja com as mansões de Bel-Air, as limusines de 20 metros, os milhões de dólares e a fama planetária dos protagonistas desta história. Tenham paciência mas o que eu vejo, geralmente, são pessoas profundamente desequilibradas, um bocadinho maníacas, absolutamente dependentes da religião do sucesso, e evidentemente incapazes de construírem para si mesmas um projecto de felicidade pessoal.
Vem isto a propósito da morte de Michael Jackson que, em vida, tipificou ao extremo o arquétipo de vedeta pop. Temo que, na morte, se sigam os trâmites habituais : disputas judiciais, problemas com a herança, rios de tinta a venderem jornais e a enriquecerem quem continuará a aproveitar da desdita de um homem que desperdiçou um enorme talento em excentricidades idiotas...

6 comentários:

roserouge disse...

Acabaste de me dar um desgosto, querido Al. O mundo da música pop/rock, chama-lhe o que quiseres, não é só madonnas, britneys e quejandos. Têm-se feito coisas absolutamente maravilhosas nestes últimos 30 anos, têm surgido bandas, músicos e cantores fabulosos. Não fazia idéia que tinhas ficado lá em 1980. A atitude e as mentalidades podem ser outras, mas os tempos também são outros. Ouve lá, aos 20 anos, não achas que ainda é muito cedo para parar?! E já agora, também não conheces os Smiths? Brian de Palma disse uma vez numa entrevista que a pior coisa que nos pode acontecer é a nostalgia: faz-nos ficar presos ao passado, impede-nos de viver o presente e de compreender o futuro. De resto, concordo com tudo o resto que disseste. A vidinha das celebridades é um circo. E os traumas de infância são como o azeite na água: vêem todos ao de cima...

Al Kantara disse...

Não falei do rock. Falei da pop pura e dura que, quanto a mim, é exactamente feita por madonnas, britneys e quejandas. Estamos a desentender-nos por uma questão de nomenclatura.
E não, não fiquei em 1980 até porque muitos dos jovens com quem trabalho diariamente me "obrigam" a estar mais ou menos actualizado. Às vezes, até mais do que me apetecia...

roserouge disse...

Desculpa lá, mas é que conheço algumas pessoas que ficaram lá no passado e não posso concordar com isso. Ainda bem que não és desses...

astracan disse...

Um mediático caso psiquiátrico. Talento a rodos, frustrações e recalcamentos familiares a granel, dinheiro à patada, narcisismo em último grau, desperdício que mete dó, enfim, uma gigantesca tristeza que acaba.

anlundo disse...

acho um exagero comparar Michael Jackson a Britney Spears.

Al Kantara disse...

Talvez seja. A verdade é que conheço mal a "obra" de ambos : geralmente, são os primeiros dez segundos dos videoclips (vinte, quando não encontro o telecomando...)