24 agosto 2009

Agora não é oportuno...

O presidente da república vetou a lei das uniões de facto. Por ser inconstitucional ? Não. Por estar mal escrita ? Não. Por conter ilegalidades ou criar situações de injustiça ? Não. Segundo sua excelência, a lei não é oportuna. Este nem sequer é um veto político. É uma nova espécie de veto: o da oportunidade.
Não é o facto de eu estar nesta tranquila situação pecaminosa de mancebia carnal há mais de vinte anos que me faz pensar que esta é uma atitude absolutamente vil, ilegítima, indigna, parola, contraproducente, arrogante, injustificada e saloia que mancha quem a toma. É que sua excelência pensar que legitimamente pode travar uma lei justa, necessária, constitucional e adequada às necessidades da realidade social do país só porque, no seu íntimo, avalia como inoportuna (sem ninguém perceber o que isso é...) uma lei que todos suspeitamos lhe fere o conservadorismo atávico de que que padece é um sinal forte de falta de senso político e (mais)uma razão para que, através do voto, sua excelência vá para casa descansar no fim do seu primeiro mandato...

12 comentários:

Francisco Castelo Branco disse...

Concordo com Cavaco Silva.
E na peça televisiva dizia que necessitava de um melhor enquadramento juridico.

Acho que leis importantes devem objecto de reapreciação após dia 27 Set. Seja o governo Rosa, Laranja ou mesmo Marxista lol

Al Kantara disse...

Então o melhor é fecharmos o quiosque e falarmos depois das eleições. Já agora, em que manual de ciência política as leis se dividem entre Importantes, Assim-Assim ou Sem Importância Nenhuma ?...

António P. disse...

Pois é caro Francicso..
Assim sendo :
1. No início da legislatura não se deve legislar porquer ainda estamos no começo da época. Os deputados ainda se estão a ambientar.
2. No meio já estão familiarizados com S. Bento e começarão então a preparar leis
3. Que serão votads no fim da legislatura....mas como já estamos no fim convém não votar.
Não brinquemos. Isso é para as equipas lusas de futebol que nunca estão em forma porque no começo v~em de férias e estão-se a habitura. No meio há lesionados e etc. No fim estão cansados.
o Sr. Presidente , como diz o Al Kantara, introduziu um conceiot : o da oportunidade o que é lamentável.
Cumprimentos

roserouge disse...

Esta do "agora não é oportuno" faz-me lembrar a anedota do Capuchinho Vermelho quando encontra o lobo na floresta atrás dum arbusto com os olhos arregalados, muito aflito e ela - espantada por ele não lhe perguntar onde vai, para ela lhe poder responder que vai levar o almoço à avó - lhe pergunta: Então, lobo?! E ele responde: "Agora não, Capuchinho, tou a arrear o calhau..."

Jorge Pinheiro disse...

Há obviamente uma guerra política entre Socrtes e Cavaco. Este não é o presidente de todos os portuguses. Não por que não pudesse ser. Porque não quer!

Francisco Castelo Branco disse...

Al Kantara

Certamente ha leis mais importantes que outras.

A lei que regula a segurança publica certamenté mais importante que a lei a afixação de cartazes nas ruas

Francisco Castelo Branco disse...

António P e Al Kantara

é óbvio que existe uma crispação entre os dois.
Não é alheio o facto de estarmos em eleições.
Mas eu nao percebo a relevancia dada aos vetos do Presidente.
Que eu me lembre só o Estatuto dos Açores levantou polemica.
Será que Soares e Sampaio nunca exerceram o poder de veto???

Infelizmente é mais uma novela politica..

Pode-se legislar quando se entender, mas se o TGV e o Aeroporto foram adiados para dps das eleições, certas questões tb o podem ser

Francisco Castelo Branco disse...

expresso

nao é o presidente de todos os portugueses????

porquê????

roserouge disse...

Claro que é. Não temos outro...

Anónimo disse...

Caraças oportuno até é mas alguém me diz porque carga de água o pessoal que quer os direitos do casamento não se casa? Preconceito? Exceptuando os casais homossexuais que lhes é vedado o casamento o resto que se case e a lei do casamento para os homossexuais só tarda mais nada.

J. Maldonado disse...

@Francisco Castelo Branco:

1. Todas as leis são importantes e oportunas, só que, à boa maneira portuguesa, são sempre adiadas indefinidamente, sendo lembradas apenas em altura de eleições.

2. O veto presidencial é tão-somente ideológico, pois expressa os valores católicos de Cavaco Silva.

astracan disse...

Este gajo não só "parece", como é, de facto, atrasado mental