14 dezembro 2009

Ali para o Restelo, uma das zonas mais caras desta bem amada cidade de Lisboa, o senhor arquitecto Troufa Real projectou uma igreja-caravela pintada a dourado com minarete incluído e anexos em tons de encarnado, cor-de-laranja e verde. O senhor arquitecto que se diz maçon católico, visionário e inspirado em Hieronimus Bosch classifica todos os que não lhe compreendem o génio como saloios ignorantes que não percebem nada de arte e muito menos de arquitectura. Eu que me confesso saloio, ignorante e absolutamente um zero à esquerda em termos de crítica de arte, não posso, no entanto, deixar de dizer ao senhor arquitecto que é com alguma dificuldade que irei conviver com este mamarracho que o senhor arquitecto desenhou, a câmara aprovou e ao qual o patriarcado deu a sua bênção. Percebo que esta obra tenha sido fruto de uma epifania a que nem todos tivémos acesso. Mas gostaria de saber o que é que andam a fumar o arquitecto que desenhou, os funcionários da Câmara que aprovaram e os monsenhores que abençoaram esta "coisa" que vem provar que se Deus não dorme, às vezes distrai-se...

14 comentários:

Jorge Pinheiro disse...

Ou será que deus também fuma?

António P. disse...

Anda tudo pedrado e ainda flam do tempo dos hippies.
Um abraço Al Kantara

sara disse...

ou que deus não existe.

astracan disse...

Também não faz o meu género.
Para meu gosto, é mesmo de muito mau gosto!
Afinal, gostos discutem-se.

Anónimo disse...

«CRETINICES

Daniel Oliveira chama-me, a propósito de um texto meu, cretino. O Daniel Oliveira não me conhece de lado nenhum. E mesmo que conhecesse, dificilmente lhe daria confiança para tanto. Não desço tão baixo como o Daniel Oliveira e não lhe vou responder à letra. Deixo-o a chafurdar na sua própria lama argumentativa. Poderia aconselhar-lhe alguma literatura, mas acho que nem isso vale a pena.

Apenas acho curioso que aqueles que de forma mais aguerrida se batem pelo pacifismo e contra a utilização de violência física a propósito de questões políticas sejam os primeiros a alinhar num outro tipo de violência. É invisível e por poucos percebida. Mas existe. É a violência de desqualificar o adversário, directa ou indirectamente, a bem do pensamento único e obrigatório. Quem pensa diferente, independentemente dos argumentos, é um cretino ou, quem sabe, algo pior. Mais vale que o ensinem, ao pensamento obrigatório, nas escolas, que assim a malta já vem preparada.

Publicada por Tiago Moreira Ramalho»

Afinal há mais quem pense o mesmo do piqueno... 'tá a ver bem com quem se mete?

Al Kantara disse...

Caro anónimo, como não me meto com nenhum deles, não percebo o seu post...

peri s.c. disse...

Como membro da categoria dos arquitetos, fico espantado com a "capacidade" que determinados colegas tem de criar coisas como estas. E mais espantado ainda com a capacidade que tem de convencer os clientes que isso é bom.

astracan disse...

JáxtoucomsaudadesdomestrealKantara!

roserouge disse...

Estás pior do que eu. A mim, está a passar-me a birra...

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Faz um tempao que nao passava por aqui. Está tudo bem contigo?

Um grande abraco

Al Kantara disse...

Georgia : Está tudo bem comigo. Só o trabalho é que é excessivo. Estou prestes a voltar...

Roserouge : Isto não é birra, Rose. É mesmo falta de tempo...

Astrakan : Também já 'tou com saudades de umas naifadas...

astracan disse...

Então... naifa aí, caraças!

roserouge disse...

De tanto olhar para essa igreja, até já gosto dela e tudo.

THERAS disse...

Para ficar no sítio certo...

«É só para lembrar que quando a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa foi inaugurada, com veios modernistas e com vitrais do Almada Negreiros, também foi um grande escândalo, na Pátria. Teve que vir o democrata e modernista Cerejeira defender a obra. E o que é hoje? Um mamarracho salazarista? Uma marca do Modernismo? Invisível, porque enquadrada no espaço em volta?
E mais um coisa. Não se iludam! Deus não dorme! Está sempre de serviço. E, se a Igreja não se adapta aos tempos,ele sim! Permite que os seus templos assumam roupagens modernas, psicadélicas, escanifobéticas. E que afinal não são mais que sinais da modernidade de Deus..