Estas duas personalidades juntaram-se para salvar o país em hora e meia e, nesse tempo, decidiram que Portugal salva-se atacando os desempregados e os beneficiários de prestações sociais. Ninguém os ouviu falar dos salários dos políticos, dos gestores milionários, dos 14% de IRC sobre a banca, dos salários da classe dirigente, da porradaria de oficiais generais, dos juízes, das reformas acima dos 5000 euros, das regalias no Banco de Portugal, dos milhões em pareceres para escritórios de advogados amigos, do combate à corrupção que custa milhares de milhões ao país, da tributação de toda a actividade económica falsamente sedeada em paraísos fiscais, de medidas que desburocratizem a economia facilitando o seu crescimento, enfim, ao fim de hora e meia de salvador diálogo, estes dois decidiram que os desempregados não querem é trabalhar e os beneficiários de prestações sociais têm de ser mais inspeccionados.
Isto é, o ataque à dívida, por agora, fica-se pelo ataque aos mais fracos e desprotegidos, tudo com ar de quem descobriu a pólvora e está a prestar um serviço ao país. Confrangedor...